sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quando os Mortos Falam

Olá pessoas! Pra começar, eu não morri. Como disse muito sabiamente minha amada poia Ju, eu tenho vícios compulsivos que tomam conta de mim em algumas épocas da minha vida, poderia até fazer uma lista de todos os vícios mais marcantes (inclusive eu acho que já fiz em algum post). Da mesma forma, eu odeio ter que fazer algo por obrigação, que as pessoas fiquem me pressionando... Eu faço as coisas porque eu gosto, e aí eu faço muito bem. É o caso da natação. Eu nadei a minha vida inteira, mas a partir do momento que eu entrei na equipe e começaram a mandar em mim, ditando o que eu podia ou não nadar, virou um inferno. Então eu saí. Eu amo nadar, de verdade, mas eu gosto de nadar do jeito que eu quiser e na hora que eu quiser. Foi mais ou menos isso que aconteceu com o blog. Ninguém ficou me pressionando pra postar, ou algo assim, mas eu me sentia na obrigação de postar e eu gosto de escrever quando estou inspirada, então às vezes eu escrevia algo totalmente sem graça só pra postar alguma coisa. Pelo menos foi assim que eu me senti.

Já faz um tempo, porém, que eu quero tirar a poeira daqui, só não sabia o que postar. Eu planejava fazer um diário de viagem online, pois estou indo fazer um tour na Europa. Por sinal, eu já deveria estar em Londres. É exatamente sobre isso que eu resolvi falar. Desculpem se esse post ficar parecendo um desabafo revoltado, mas é mais ou menos assim que eu estou me sentindo mesmo. Pelo menos estou melhor do que ontem, é como dizem: nada como um dia após o outro. A intenção é falar de um morto em especial, um carinha chato e irritante, odiado por muita gente, chamado Edward Murphy. E eu não estou falando do ator. Sabe quando você está numa fila e a do lado está andando bem mais rápido, então você muda de fila e quase instantaneamente a sua fila pára e a fila em que você estava começa a andar? Então, essa uma das malditas leis de Murphy, que era um azarado da força aérea americana. Acontece que ele foi o próprio cobaia das suas leis. Eu já comprovei essas leis pessoalmente várias vezes, mas nenhuma vez foi tão indignante quanto ontem. De uma hora pra outra, eu presenciei as seguintes leis de Murphy:

* Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

* A informação mais necessária é sempre a menos disponível.

* Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.

* Se a experiência funcionou na primeira tentativa, tem algo errado.


Olha aí a maldita de novo


Provavelmente você já passou por uma situação em que estava morrendo de vontade de tomar um sorvete, por exemplo, mas estava gripado, ou estava muito frio e sua mãe não deixava você tomar o bendito sorvete. Você fica dias sonhando com aquele sorvete, até que finalmente pode saboreá-lo. Então você entra na fila pra comprar o sorvete, olha bem pra cara dele, sua boca se encher de água. Você já consegue sentir o gosto do sorvete. Tira o dinheiro, paga a moça do caixa e pega o sorvete. Nossa, que sensação maravilhosa. Você olha um pouco pro sorvete para admirá-lo, antes de levá-lo lentamente até os lábios. Está chegando perto, perto, mais perto... E aí algum moleque maldito esbarra em você e o sorvete cai com tudo no chão. Agora imagine isso com uma viagem que você sonhou a sua vida inteira.

Desde que eu me lembre eu quero conhecer a Europa, no caso a Escócia, e quando eu já estava dentro da sala de embarque, já tinha até passado pelo raio x, alguém teve a coragem de me dizer que eu não podia embarcar. Acontece que nenhuma alma viva teve a idéia de informar que eu precisava da autorização autenticada do meu pai para sair do Brasil, nem mesmo na hora de fazer o check-in o querido atendente da TAM conferiu todos os documentos, sendo que se ele tivesse falado disso quando eu fiz o check-in às 17:30 da tarde não custava nada pro meu pai, que ainda estava na cidade, ir a um cartório e fazer a autorização. Mas não, tinham que avisar isso na hora de embarcar!




Eu sou uma pessoa controlada. Quer dizer, em situações de desespero. Eu sempre paro e penso numa solução antes de me desesperar. Sempre fui assim, desde criança. Se eu ficava perdida em um lugar lotado, ao invés de começar a chorar e andar sem rumo igual algumas crianças fazem, eu procurava um jeito de encontrar meus pais. Mas lá dentro da sala de embarque, com as bagagens despachadas, passaporte na mão, tudo reservado durante três semanas, quando me disseram que eu não poderia embarcar, eu não consegui me controlar. Por mais que eu soubesse que o máximo que ia acontecer era eu viajar hoje, como é o caso, eu não conseguia me controlar. E foi desesperador. O resultado foi uma dor de cabeça horrível até a hora de dormir, quatro horas no aeroporto tentando resolver a mudança da passagem, quase 400 libras de prejuízo, porque já tinhamos hotel para hoje e uma excursão de três dias começando amanhã reservadas, e provavelmente nenhum dos dois vai nos reembolsar. Para completar a cereja do Sundae, a conta do meu celular vai ser maravilhosa, de tanta mensagem que eu estou trocando com a minha prima (que está morando lá em Edimburgo) para tentar encontrar um hotel.

No mínimo eu merecia ir de 1ª classe =p Mas como isso não vai acontecer, espero que pelo menos meu lugar perto da janela eles consigam salvar. De qualquer forma, agora que a primeira vez deu errado, espero que corra tudo bem na segunda tentativa. Além disso minha camisa do Galo estava ficando pra trás e agora deu tempo de comprar umas coisas que estavam faltando. Como eu e meu amigo dissemos antes de ontem, o que não mata ensina. E de quebra agora eu vou passar pela Alemanha também, mesmo que seja só no aeroporto.

Então, meus queridos, tentarei manter o blog dessa vez, sem compromisso. Espero fazer alguns posts lá da Europa. Desejem-me boa sorte.

Xoxo,
P.

PS: só pra constar, eu e a Ju não fizemos nossa sonhada viagem no ano passado =/